ADOECIMENTO MENTAL POR FALTA DE DIÁLOGO ENTRE OS JOVENS
Vivemos hoje cada vez mais um ecossistema de "tempos líquidos". Para quem não está acostumado com esse termo, o significado é bem direto assim como as palavras querem nos dizer: todas as relações e perspectivas de tempo e espaço são fluidas, não programadas para durar muito tempo, ter uma projeção. Essa enxurrada de informações, cada vez mais rápida, têm afetado drasticamente a nossa rotina, mas é para essa nova geração, qual têm sido os efeitos dessa nova realidade?
Abrimos mão de nossa vida padrão (Lays e Diego) para ver de perto a realidade dos projetos sociais no Brasil, como eles estão realizando suas atividades e principalmente quem são as pessoas por detrás dos projetos e o que as motivam a fazer o que elas fazem. Durante essa grande jornada pelos estados brasileiros, vimos que para construir a transformação social que pretendíamos fazer, teríamos que permear entre essa galera mais jovem.
Dito e feito! Desenvolvemos uma grande imersão gameficada, onde esses jovens aprenderiam jogando como se mobilizar socialmente e impactar a sociedade. Foi exatamente nessas "jogatinas" onde fomos surpreendidos. Cada rodada desse grande game nos revelava depoimentos que ficávamos cada vez mais surpreendidos com o impacto causado.
Confissões, risadas, choros, conselhos, presenciamos de tudo, tudo mesmo! Mas o que mais no impressionou é o quanto a estrutura emocional desses jovens estava extremamente abalada. Entendemos que o momento que vivemos e que esse cenário pós pandêmico agravou o cenário, porém a causa vai muito mais além...
Em praticamente todos os estados por onde passamos vimos o quanto essa galera não estava sendo escutada dentro de seus lares. A geração do "agora eu não tenho tempo" está começando a mostrar seus resultados. O principal tema era sobre autoconhecimento, seja envolvendo questões de gênero, características físicas ou até mesmo pertencimento. Agora imaginem, se esses jovens não encontram respostas dentro de casa ou alguém que esteja disposta a ouvi-la, não apenas escutar, onde elas irão procurar essa compreensão?

Agora vamos fazer um exercício prático de empatia. Você está confuso, com seu corpo, com seus gostos, suas características, sua IDENTIDADE. E encontra alguém na internet de modo fácil e cômodo e fala coisas que você quer ouvir. Rapidamente você cria um vínculo emocional com essa pessoa que nunca viu, e talvez nunca vai ver, e começa a criar expectativas sobre tudo que ela vai fazer, postar, fazer, acaba querendo saber tudo dela, afinal se ela te ajudou, que mal pode ter?
E assim se constrói o jovem de hoje, extremamente dependente de redes sociais, internet e de informações rápidas. Escutamos uma frase uma vez que nos fez refletir bastante: " As pessoas têm um universo de informações na palma da mão, porém com um palmo de profundidade. "
Se pudéssemos dar um conselho para vocês pais seria: PARE, escute seu filho, porque se você não der as respostas que ele precisa ou ajudar a encontrá-las, alguém vai...